terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Crônica do cotidiano


Enquanto dirijo o carro, me deparo com aquela figura típica da minha rotina: o homem que limpava as ruas todos os dias. E dessa forma, ele vinha me cumprimentar com sorriso no rosto, e algumas vezes cantando suas músicas preferidas. Apesar das dificuldades financeiras, sabia que podia ser feliz. E todos os dias eram os mesmos, após varrer a rua, o cara ainda fazia o favor de encaminhar os lixos para coleta. Perguntava-me sempre que recordava do fato: ‘A troco de que ele fazia isso?’ Mas como eu observara que ele se sentia bem esqueci esse questionamento.

Em mais um dia de faculdade, enquanto eu tirava o carro, o rapaz pegava os sacos de lixo, e acenava para as pessoas que iam exercer suas atividades matinais como de costume. Parei o veículo, e ofereci uma nota de dez reais a ele. O mesmo rejeitou, mas insisti. Eu sabia que ele necessitava daquele dinheiro, sabia que aquela nota poderia garantir algo a mais, mesmo que não fosse muito. Ele me agradeceu, com o sorriso amarelado no rosto, e o olhar alegre.

Em certa ocasião, enquanto eu lavava o carro na porta de casa, percebi que o homem estava um pouco desnorteado, preocupado, talvez. Com meu ar de curiosidade vindo da área jornalística não pude deixar de perguntar o que estava acontecendo. O rapaz alegou que não tinha nada, eu insisti. Foi então que após a minha terceira tentativa ele desabafou. Disse-me que havia achado uma coisa: fiquei esperando 5 minutos até ele voltar com o pacote. Ao abrir percebi que havia 50 mil reais, além do nome de um empresário!


Meus olhos estavam arregalados. O homem me contou que havia achado ao varrer uma parte da rua. Refleti comigo o quanto aquele dinheiro poderia mudar a vida dele, da sua mãe... Mesmo sendo poucos pra uns aquilo seria uma fortuna aplicada à situação financeira em que se encontrava! Eu já havia feito planos com a quantia que não pertencia a mim para benefício do meu colega, nossa... Como sou intrometida! Nem cogitei a possibilidade de destinos diferentes, ou algo do tipo, apenas pensei nos gastos e tudo mais.


Texto escrito em 2013.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Quando se descobre uma paixão...

Então você acorda cedo boa parte da semana, se esforça para chegar na universidade e em meio aos obstáculos ainda assim se sente feliz por fazer o que gosta. 
Durante o andamento de tudo o encantamento pelos conceitos, por cada detalhe que deve ser aplicado, seja num lead, em uma nota ou reportagem começa a surgir e todo esse prazer é multiplicado quando há um reconhecimento de que a tarefa foi cumprida. E quando se tem um bom mestre? Daqueles que não mede esforços pra ajudar? Melhor ainda!

O desejo de ir às ruas, elaborar textos, pôr em prática o que é/foi aprendido é grande. Tão grande que fez com que eu me emocionasse ao perceber o quanto realmente necessito seguir em frente, porque me encontrei em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo. Existirão muitas barreiras para serem enfrentadas, porém o significado do brilho nos meus olhos quando o assunto paira no ar me dá forças para seguir em frente. Afinal, nada é fácil nessa vida e ''missão dada, é missão cumprida''.