sábado, 11 de junho de 2011

Uma certa pressa

Faz muito tempo que toda a minha pressa de crescer foi embora. A medida que o tempo passa, boa parte do que ficou para trás, é sinônimo de falta/saudade: pessoas, momentos, lugares, sentimentos, etc. Maturidade não é ter uma idade elevada, não mesmo. A responsabilidade nem sempre surge com o aumento quantitativo, mas sim pelo fato da consciência e personalidade está desenvolvida para tal.
Engraçado: na infância o desejo só é crescer; pobre de mim que um dia cheguei a pensar assim... Agora quero voltar no tempo, não necessariamente aos primeiros anos da minha vida, mas aos que considero ter aproveitado melhor, nem que fosse necessário ter apenas uma retrospectiva de flash's movidos por grande alegria.
A vantagem de crescer que enxergo talvez seja apenas adquirir experiências ao conhecer o mundo e as pessoas que circulam ao seu redor. Mas, é toda essa realidade que se torna ruim: quanto mais se conhece os indivíduos, mais nos surpreendemos com tamanha ruindade e injustiça. Não deve-se acelerar as coisas, acredito que tudo fica tão artificial, sem essência, e ainda podemos nos deparar com artifícios desagradáveis. O que me resta é saudade de velhos tempos, de pessoas, da simplicidade. Saudade de quando crescer não era tão cruel.



O tempo passa hoje todos ocupados, enjaulados nessa pressa pra envelhecer; todos nesse hit traiçoeiro dessa falsa canção (...) os medos, anseios, que deixei pra trás, os beijos e as flores que não voltam mais! Manitu: Medos que ficaram pra trás.

Aquilo por que vivi

Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso, instável, por sobre o profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.

Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam. Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para a vida humana, foi isso que – afinal – encontrei.

Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.

Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a construir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio por avaliar o mal, mas não posso, e também sofro.

Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.

(Bertrand Russel, Autobiografia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967.)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cinco cartas

One

Tudo bem, eu gostaria de dá um passo a mais nisso que existe entre nós dois, mas talvez não seja tão importante no momento. Tenho outras coisas com um grau bem maior de dificuldade para serem reparadas. Me importa de verdade é que estejamos bem um com outro, isso não é nem um pouco complicado, uma grande sintonia, semelhança que existe. O sentimento bom. É incrível a segurança que me dá quando estou do seu lado, parece que posso te ter pela a minha vida inteira. Parece que nada vai acabar. Seria um sonho? Não quero acordar.


Two

Vai saber se eu sinto um gostar aqui dentro ou qualquer outra coisa, e o nada? Eu zombei tanto de você, eu desfiz de ti de uma forma... Agora quando digo para outras pessoas sobre o encanto que despertaste em mim, elas riem. Não acreditam. Foi diferente de qualquer outra coisa, afinal comigo o princípio é um encanto, dessa vez não foi. Mas eu gosto de está ao seu lado, e olha, são poucas as vezes que não veem nós dois grudados. Ainda estou meio sem entender, mas de que adianta tanto entendimento se o que me importa de verdade é está contigo?


Three

Pela décima, centésima, milésima vez: nós brigamos. Dessa vez a coisa foi feia. Sempre digo que cansei, mas é um ciclo. Estamos bem, nos curtimos, passamos momentos bons, ocorre uma briga, tudo volta ao normal. Normal? Acho que usei a palavra errada. Quem diria que a nossa relação é normal? Essa paixão tão omitida, me deixa a cada dia mais preocupada; mas é coisa minha, tenho atração por toda essa situação, só pode. O errado se torna certo. Porque o meu errado é a minha alegria e toda essa paixão louca, talvez. Mas é que não consigo. Até me arrependo ás vezes, mas fazer o que se isso me faz/fazia feliz...


Four

Depois de uma paixão louca, um relacionamento que parecia seguro, (aliás era seguro até o dia que resolveu-se acabar) eu tenho um tempo pra mim. Eu amadureci, em todos os campos inclusive no conceito de encontrar alguém. O alguém que muita gente idealiza, sonha, acha que será o príncipe encantado. Será mesmo que tem ainda existe gente pensando num ser perfeito para amar durante toda a eternidade, e nhennhennhen ?! Dizem que sou fria, insensível, sem coração; mas nem tanto... Desejo agora seguir a minha vida normalmente. Penso em ter uma pessoa bacana ao meu lado, que não seja um robô, mas que tenha um sentimento verdadeiro, afinal, eu sou feita de sinceridade.

Five

Impressionante para uns, hoje já é algo normal para mim. Quem diria que em apenas um dia eu poderia aceitar a ter algo sério com você? E hoje depois de tanto tempo esse sentimento resistir. Hoje você faz parte de mim. Hoje eu tenho você. Hoje você é o meu amor. E não quero perder por nada neste mundo a segurança de está com você. Só tenho a agradecer por esse tempo juntos e por tudo que passamos: dos momentos em que eu estive triste, não possuía nenhuma paciência ou poderia dividir a alegria imensa presente em mim. É assim que sinto-me ao seu lado.


Cinco histórias que não se completam, são distintas e que tão cedo não serão esquecidas.

sábado, 4 de junho de 2011

Só queria.

E após a decisão de querer mudar tudo. Tal postura acaba se transformando no nada. Acontece quando vou com muita sede em busca de algo e ao deparar-me com um empecilho costumo entristecer. Ah, droga! Tenho tantas pessoas a minha volta que são muito mais determinadas que eu, desistem raramente. A verdade é que eu gostaria de ser como elas. Eu nunca fui forte, só fingia ser, só queria ser. Mas não considero hipocrisia. Foi só necessidade. Necessidade de ter um motivo para não desisti. Não me leve a mal, só não sou tão forte assim...