Tinha muito dinheiro! Era sim podre de rico, apartamentos, carros, tudo do bom e do melhor. Mas não se importa com ninguém, tinha medo que roubassem os seus dólares e dólares... E todo esse dinheiro, se multiplicava a cada dia que passava. Não tinha esposa, nem filhos, abandonou a sua família. Só tinha os seus empregados, motoristas e governantas. E os poucos que se comunicavam com ele, perguntavam:
- Você é feliz?
Ele exclamava, com um ar estranho no rosto: Claro, olha quanto dinheiro eu tenho!
Mas por dentro se sentia tão triste, estava praticamente sozinho naquela imensidão. E da última vez que lhe fizeram essa pergunta, ele pensou por dias. Ele sabia que não era feliz, não tinha motivos assim para ser; então veio uma imensa vontade de gastar tudo com festas, conhecer pessoas, ir a vários lugares em busca de aventuras, ajudar e voltar para sua família. Sair de toda aquela solidão. SOLIDÃO! O dinheiro não te dava amor, nem fazia se sentir em paz, não oferecia um ombro para chorar... o dinheiro era só uma garantia de instabilidade financeira, que já não importava. Poderia parar de trabalhar que ainda sim, teria como viver por toda a sua vida de forma tranquila (financeiramente, claro). Queria ter uma mulher ao seu lado, as que se aproximam eram só por interesse, desejava crianças pela casa, queria ser chamado de: PAI ou de AMIGO, mas como? Não tinha ninguém.
Neste dia ele chorou muito, como nunca havia chorado em toda a sua vida, não havia ninguém para te falar palavras de conforto; era sozinho, e não esquecia disso nem um segundo. SÓ! Na escuridão do quarto andava feito um louco em tempo de abrir um buraco no chão, queria ter dias melhores, mas pensou em tudo o que tinha, tudo o que possuía. Oh, dúvida cruel. Deitou a cabeça no travesseiro e aí, veio aquele peso terrível, viu tudo girar, estava descontrolado. Pensou que no dia seguinte seria tudo diferente, decidiu mudar. Amanhã mesmo iria procurar sua família e dizer que havia mudado completamente. Sua cabeça pesava, pesava muito...
Então foi ao banheiro, pegou seus comprimidos que o médico havia receitado, enfiou uns 5 na boca e foi deitar. Deitou pra nunca mais acordar... parada cardíaca. Devido a medicação incorreta.
Pois é, não realizou seus sonhos; não houve um dia seguinte pra ele que queria ter a oportunidade de mudar, que desejava uma realidade distinta dos últimos anos que passaram. Morreu infeliz. Apenas com objetivos que não pôde colocar em prática. Era tarde demais para realizar tudo aquilo que havia pensado na noite anterior. Não fez o deveria ter feito, não amou de verdade, não teve um amigo para compartilhar seus segredos, nem filho para te dar alegria, viveu na solidão.
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